Pesquisar este blog

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Enem

A lição do Enem


Por www.aguaboanews.com.br





O vazamento das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o consequente cancelamento da prova representaram fatos gravíssimos que, além de revelarem uma fragilidade no esquema de segurança, prejudicaram 4 milhões de estudantes e suas famílias. Remarcada a data da prova, que será nos dias 5 e 6 de dezembro, é importante que as lições desse episódio sejam aprendidas pelas instâncias envolvidas, para que fatos semelhantes não tenham chance de se repetir. O ministro da Educação, Fernando Haddad, reuniu-se ontem com o da Justiça, Tarso Genro, para discutir essas questões e definir o rumo das investigações da Polícia Federal para esclarecer os fatos e as consequências do vazamento (ou dos vazamentos)...

Até ontem, cinco pessoas haviam sido identificadas como envolvidas no crime. As autoridades do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, aguardam a conclusão das investigações administrativas e policiais para decidir sobre eventual ressarcimento pelos gastos com a impressão da prova cancelada. Há outros custos que infelizmente não podem ser contabilizados nem exigidos, mas nem por isso deixam de ter existido e de ter sido fatores efetivos de prejuízos. Basta citar um: muitas das 60 instituições de Ensino Superior que aderiram parcial ou totalmente ao Enem como critério de ingresso terão que reajustar seus calendários e até retardar o primeiro semestre letivo do ano que vem em decorrência dos transtornos gerados pelas novas datas da prova.
Aprende-se com o desagradável episódio que, neste e em qualquer contrato, as autoridades têm que ser cuidadosas na escolha dos prestadores de serviço e na vigilância dos seus atos. O fato de o MEC ter rompido o contrato com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), responsável pela aplicação do Enem, não absolve ninguém em relação ao que ocorreu. Pelas sequelas já identificadas, o vazamento do conteúdo da prova provocou arranhões na credibilidade de um sistema que tenta se afirmar. Trata-se de uma operação ampla, de abrangência nacional, que envolve interesses das universidades, das escolas de Ensino Médio e dos milhões de estudantes que buscam acesso a um curso superior.

De resto, não se pode deixar de reconhecer que o Ministério da Educação, pela ação do ministro Fernando Haddad, comportou-se com seriedade, responsabilidade e transparência. O exame foi adequadamente cancelado quando surgiram os primeiros indícios de que houvera vazamento, consumou-se a substituição da empresa responsável pela impressão e distribuição da prova e, mal ou bem, houve agilidade na definição da nova data, levando em conta a complexidade das relações envolvidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário